De acordo com o senhor Aldo Vendramin, o Cavalo Crioulo é uma das raças mais emblemáticas da América do Sul, especialmente valorizada no Brasil, Uruguai e Argentina. Conhecido por sua rusticidade e resistência, esse cavalo se destaca em provas que exigem esforço contínuo, como a famosa Marcha de Resistência. Ao percorrer centenas de quilômetros com mínima alimentação e descanso, o Crioulo prova por que é considerado o melhor do mundo quando o assunto é força, fôlego e durabilidade.
Vamos entender melhor por que ele é imbatível nas provas de resistência? Leia mais a seguir:
O que torna o Cavalo Crioulo tão resistente?
A resistência do Cavalo Crioulo tem origem em sua seleção natural ao longo dos séculos, em regiões de clima extremo, com escassez de alimento e terrenos difíceis. Apenas os mais fortes e adaptados sobreviveram, o que moldou uma raça compacta, musculosa e incrivelmente resistente. Como demonstra Aldo Vendramin, essa rusticidade faz com que ele suporte jornadas longas sem comprometer o desempenho, mesmo em condições adversas.

Além da genética privilegiada, o Crioulo possui casco forte e estrutura corporal que favorecem a eficiência energética durante o trote e o galope. Isso significa que ele consegue manter velocidade constante por mais tempo, com menor desgaste. A musculatura firme e a capacidade pulmonar elevada também contribuem para o fôlego excepcional. Essas qualidades, combinadas, explicam o seu domínio nas provas de longa distância.
Como funciona a Prova de Resistência para Cavalos Crioulos?
A principal prova de resistência da raça é a Marcha de Resistência, organizada anualmente pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Nela, os animais percorrem até 750 km em 15 dias, com alimentação controlada e exigências rigorosas de controle veterinário. O objetivo é testar não apenas a velocidade, mas, principalmente, a capacidade de recuperação física e a manutenção do desempenho ao longo dos dias.
Conforme informa Aldo Vendramin, durante a competição, os cavalos enfrentam diferentes tipos de terreno, desde areia até estradas de chão e trechos com lama ou pedras. As paradas para avaliação médica são frequentes, e os animais precisam manter boa condição corporal e sinais vitais dentro da normalidade. Ao final, o vencedor não é o mais rápido, mas o que chega com melhor saúde e vigor — uma prova clara de que resistência vai muito além da força bruta.
Como é o preparo do Cavalo Crioulo para essas provas?
O treinamento do Cavalo Crioulo para a Marcha de Resistência começa meses antes da competição, com foco na construção gradual da resistência física. Segundo o empresário Aldo Vendramin, o trabalho inclui cavalgadas progressivas, alternância de terrenos e adaptação ao tipo de alimentação que será usada durante a prova. O cavaleiro também tem papel crucial, já que precisa conhecer o ritmo ideal e respeitar os limites do animal para evitar o desgaste precoce.
Além do físico, a parte emocional do cavalo é trabalhada com rotinas consistentes, manejo calmo e reforço positivo. Um cavalo tranquilo e confiante lida melhor com os estresses da prova, como barulhos, mudanças de ambiente e a presença de outros animais. Todo esse preparo, aliado à genética e ao histórico da raça, transforma o Cavalo Crioulo em um verdadeiro maratonista dos pampas — admirado por sua capacidade de superar limites com equilíbrio e resistência.
Em suma, o Cavalo Crioulo é o resultado de séculos de seleção natural, trabalho humano e tradição gaúcha, consolidando-se como o melhor do mundo nas provas de resistência. Para Aldo Vendramin, sua força, rusticidade e preparo físico o tornam imbatível em competições que exigem muito mais do que velocidade. Mais do que um campeão, o Crioulo representa a união entre natureza e cultura, mostrando que resistência verdadeira é construída com coragem, cuidado e respeito à história.
Autor: Jinjo Pantor